quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Empatia

O que é a empatia?
O que significa?

Para mim, a empatia resulta da capacidade de compreender a situação psicológica, emocional e social do outro, relacionando com uma atitude dele, com o objectivo de perceber as razões que o levam a tomar essa atitude.
Resulta do esforço de um para perceber o ponto de vista do outro, mesmo quando o egoísmo nos puxa para uma visão limitada da realidade.
Só é vivida e sentida quando compreendida e incorporada no nosso dia-a-dia. Se não ultrapassa o estágio intelectual e não é verdadeiramente visível em todos os pequenos detalhes da nossa vida, não é mais do que um sentimento intelectualizado que, para ser sentido, tem de ser pensado.
Este esforço só acaba quando a empatia é o "caminho certo". Quando em todas as nossas relações sociais temos em conta o background do outro. Quando em todas as situações vemos a "cara" e a "coroa" e não agimos sem antes ver os dois lados da moeda.
Não é um dar esmola porque sente pena de outro. É um ter em conta quem é o outro, que esse outro tem a sua vida, a sua personalidade, as suas emoções, os seus sonhos, os seus medos e que não é apenas mais um. Empatia é ultrapassar o egoísmo que nos leva a pensar só no nosso lado e na vantagem ou desvantagem que temos sobre determinada situação. Empatia é a consciencialização da importância de pensar em coletivo, mas sem perder a individualidade de cada um.
É urgente uma onda de empatia. É urgente que comecemos a pensar nos outros como pessoas iguais a nós, com a sua própria visão das vida. Se não somos empáticos, não sabemos viver em sociedade. Porque uma sociedade que se baseia no egoísmo e na avidez, não é para pessoas.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Crescer?

O que é crescer?
Em miúdo o significado era simples, fácil de entender. Podia-se resumir a aprender a nova tabuada ou mesmo só a ter a altura do colega mais velho. Mas quando a idade avança, o significado fica mais vago, menos direto e mais complexo. Começamos a evocar diferenças no crescimento intelectual dos alunos para justificar as avaliações díspares entre eles. Começamos a falar de maturidade emocional quando nos vemos em relações sociais de menos linear entendimento. Até falamos em "crescimento" quando nos referimos ao aumento da produção de uma empresa ou de um Estado. Mas será que estamos realmente a ver o crescimento tal como ele é?
Será que fantasiamos, tal como em crianças, com uma idade adulta, perfeita, cheia de possibilidades imaginárias que agora, nesta fase de "crescimento", não temos acesso?
Será que imaginamos um mundo de evolução avançada, de conhecimento profundo, de tranquilidade, surgir naturalmente sem compreendermos que esse estágio só é vivido quando fruto do nosso próprio crescimento humano?
Será que ficámos presos à infantil fantasia de que bastava cabular para passar de ano?
Vejo muito poucos crescerem e crescerem com vontade de crescer. Não com vontade de ver os anos passar mas de melhorar o que eram antes. De aperfeiçoar um ideal, de desenvolver capacidades empáticas, de evoluir a capacidade de ouvir e saber corrigir o nosso próprio erro, de se desapegarem do materialismo e valorizarem o Humanismo.
Até nos Governos podemos observar isso mesmo com a obsessão da necessidade de um "crescimento económico", sem sequer antes se perceber que não necessitamos de produzir mais do que necessitamos para cumprir as nossas satisfações de bem estar material e que esse "crescimento" de que tanto falam, não passa de um acumular de excedentes não fulcrais para o nosso verdadeiro crescimento humano e civilizacional.
Cabe a todos encontrar o seu próprio crescimento. A sua auto-estrada de vivências que levará a uma verdadeira evolução da pessoa que cada um é, fazendo de todos um coletivo mais crescido e evoluído. Crescer não é ficar mais velho. Crescer não é ficar mais rico. Crescer nem sequer é ficar mais alto. Crescer é ficar mais perto de se ser feliz.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Eu vivo numa ditadura

Vives numa ditadura,
onde te tiram a alma pura.
Porque quanto mais a dívida,
mais a vida é dura.

Eu vivo numa ditadura. Uma ditadura sádica pois tal como Marquês de Sade, ela procura a felicidade através da exaltação da força e da satisfação de prazeres violentos. ´
Mas não é fascista. Muito menos "comunista". Ela é "democrática". Ela é a favor da liberdade de todos. Ela é a favor do dinheiro e da exploração do trabalhador. Ela é a ditadura financeira. 
É o sistema perfeito para o rico em dinheiro. Ela obriga-te a pagar para sobreviveres. Obriga-te a pagar a água que bebes. A pagar o abrigo que te protege. A pagar o teu desenvolvimento intelectual. Ela esconde-se através da "segurança nacional", do "anti-terrorismo", da "liberdade de expressão" (imagine-se!). Ela é hipócrita. Ela manipula. Manipula o teu objetivo de vida, o teu sonho, a tua vontade, a tua noção de felicidade, as tuas relações sociais, a tua visão do outro, torna a tua empatia nula! Tudo em nome da liberdade. Qual liberdade?
A hábil manipulação da opinião dos mais fracos em nome da sua liberdade de decisão. A manipulação das vontades do consumidor em nome da liberdade comercial. A destruição dos valores de solidariedade em nome da divisão de trabalhos. A destruição do amor e da partilha de emoções em nome do estatuto social. A destruição total e a deturpação de todos os sentidos do trabalho e do crescimento humano em nome do salário.
Se isto é viver num mundo livre, onde todas as minhas vontades, os meus gostos, as minhas ideias, as minhas amizades, os meus interesses estão sujeitos a um constante teste da sua unicidade, verdade para provar que são produto do meu pensamento crítico e da minha auto-consciência, então que façamos uma revolução, para matar a fome de vida a este povo.