A esquerda portuguesa volta a estar na ordem política do dia
com a cisão - pois disso se trata – ocorrida entre movimentos políticos e
sociais onde se incluíam o Manifesto 3D, o Bloco de Esquerda, o partido Livre e a Associação Renovação Comunista,
que não chegaram a um acordo de convergência para a criação de uma lista comum
a apresentar nas próximas eleições europeias.
Foi com algum pesar que
me deparei com esta notícia. No entanto, e infelizmente, não me surpreendeu.
Se, por alguma oportuna razão,
a coligação financeira que governa Portugal fosse abaixo, ficaríamos num
perigoso limbo político que tanto poderia tender para uma ainda maior
dependência dos mercados e das vontades da finança internacional (o pouco que
resta de bens públicos à mercê da maior oferta), como para uma liberdade político-económica
fantasma na vanguarda Europeia.
Pondo os factos em cima
da mesa, em 2015, o Partido Socialista ganhará as eleições.
Sem maioria, o PS procurará, nos meandros da sinistra e suja rede política
portuguesa, uma muleta de fácil controlo, que sirva de fachada na alternância
de poderes dos actuais intervenientes de uma democracia directa que tudo faz
para disfarçar - e desviar-se - dos sérios problemas que enfrenta.
Com maioria, terá como base de propaganda o crescimento económico e um primeiro-ministro (Seguro?) que surgirá com pompa e circunstância e avisará sorridente que depois da tempestade chegara finalmente a bonança, distribuindo aumentos de pensões, de reformas e de subsídios como agradecimento pelo voto de confiança.
Com maioria, terá como base de propaganda o crescimento económico e um primeiro-ministro (Seguro?) que surgirá com pompa e circunstância e avisará sorridente que depois da tempestade chegara finalmente a bonança, distribuindo aumentos de pensões, de reformas e de subsídios como agradecimento pelo voto de confiança.
Em ambos os
casos, escusado será dizer, permaneceremos na mesma linha de subversão ao
capital e expostos à sua famosa e corruptível mão invisível.
Estamos, neste momento, perante
a fase mais decisiva da nossa saúde social desde 1974 e não temos uma
alternativa coerente de poder, apesar de termos individualidades com as capacidades necessárias para suportar esse encargo. Parece-me evidente a necessidade de uma alteração profunda, diria até radical,
do comportamento político à esquerda em Portugal.
Depende de nós, porém,
filhos da revolução da Internet, encontrar uma alternativa política sustentável
numa sociedade em constante mutação onde, pela primeira vez na história da
Humanidade, é possível propagar toda e qualquer tipo de informação a um simples
clique de distância.
Humanamente
responsáveis, aproveitemo-lo.
Olá Pedro tenho acompanhado os seus textos, e hoje dou-lhe os parabéns: ideias mais concisas e melhor estruturação no texto
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