"The only thing necessary for the triumph of evil is for good men
to do nothing"
Edmund Burke
Edmund Burke
Nestas eleições no dia
25 o que mais me preocupou não foi o avanço da direita radical e nacionalista,
mas sim, a ausência de ideologia e o vazio das propostas dos Socialistas e
Social-Democratas.
Estamos a viver uma
era onde, devido ao golpe de estado de Maastricht, o avanço em políticas
sociais é muito reduzido e dificultado A cada dia que passa, vemos as conquistas
do pós-guerra desvanecerem-se algures pelos mercados. Vemos a xenofobia pelos
países do sul ser fomentada não só por nacionalistas mas também por elementos
de partidos do Partido Popular Europeu. Temos a confirmação da perda total de
solidariedade quando a Fuhrer Merkel afirma que “a União Europeia não é uma
união social”.
E o pior de tudo isto
não é a afirmação do racismo ou da insensibilidade social, mas sim a ausência
de uma oposição de esquerda, forte e democrática. O pesadelo iniciado por Tony
Blair revelou-se muito mais que um pesadelo: foi o começo de um suicídio de
identidade política.
Perante um cenário tão
negativo e depois de anos de austeridade a destruírem a Europa, esperava-se que
a Social-Democracia aparecesse a defender os valores do Estado Social, da
solidariedade e da proteção dos desfavorecidos. Mas não. Em vez disso
esvazia-se como um balão em discursos cinzentos e governos “à Hollande”. Não é
capaz de se olhar ao espelho e refletir sobre si mesma. Com um vazio ideológico tão grande
à esquerda, repleto de partidos incapazes de capitalizar o descontentamento das políticas
neoliberais, as massas aderem a quem põe o dedo na ferida. Já todos o devíamos saber há muito tempo.
Seja, por isso, altura
dos seguidores de Bernstein o lerem no original.
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