Nós que nos auto-intitulamos de
esquerda, sob a égide da igualdade, fazemos questão de proclamar a diferença
para com outros grupos idealistas.
Porquê? Será por uma
necessidade de demonstração do bem sobre o mal?
Não, escolho pensar que não. É
pela necessidade urgente do humano pensar pelo humano, para o humano.
Viver é escolher, e esta
escolha está sempre condicionada por tudo o que nos rodeia, desde o interior ao
exterior do próprio ser humano. A única certeza que eu tenho na vida, é que
mais tarde ou mais cedo, vamos todos morrer, cessar de existir, e por isso
mesmo escolho aproveitar o tempo que disponho neste planeta para realizar o
maior número de acções que tornem a minha vida e a dos que virão um pouco mais
agradável.
Ao debater o tema deste artigo
com a pessoa que mais me influenciou a nível político, a senhora minha mãe, fui
confrontado com uma observação bastante pertinente:
“Ok, és de esquerda e vais
tentar fundamentar essa tua escolha, mas pensa também no porquê de não seres de
direita.”
E porque será? Após algum tempo
a procurar no meu pensamento argumentos para me distanciar da ideologia defendida
pela ala direita da política, cheguei a uma conclusão algo simples:
Não sou de direita, porque não
compactuo com a perpetuação das minorias.
Que elas existem e provavelmente
sempre existirão, eu sei. Mas julgo que é através do pensamento de esquerda, e
dos seus valores de igualdade, liberdade, e respeito pelo próximo (tendo em
conta as suas próprias definições para estes conceitos) que podemos encurtar ao
máximo as diferenças que hoje verificamos.
Numa interacção social livre de
preconceitos e respeitadora da diferença, não existe uma necessidade de definir
uma diferença entre esquerda e direita, pois seriam os valores que mencionei
antes os pilares da interacção humana.
Mas
calma, não sou assim tão ingénuo. É preciso ter uma visão pragmática e acima de
tudo, realizável. Por isso, hoje, ao me afirmar como um sujeito político de
esquerda, estou a fazer a minha declaração pública de ruptura com os sistemas de
interacção social vigentes em todos os âmbitos da nossa sociedade.
A razão que eu vejo para me identificar com a esquerda prende-se com a necessidade de mudança. A esquerda é a utopia, e a utopia não é um objectivo, é o caminho a percorrer com a esperança de ver nascer uma geração de seres humanos que não sejam limitados pelo seu lugar de nascença. É o que qualquer indivíduo de esquerda, como eu a vejo, defende: A igualdade de oportunidade.
Ultimamente, espero que a maior
condicionante do ser humano seja também a sua melhor característica, a
LIBERDADE.
Ser de esquerda hoje é ser
alguém que quer o melhor possível para todos e não apenas para si. É ser alguém
que está disposto a lutar pelo que defende, recorrendo a todas as armas que
dispõe, sendo a mais importante o seu discurso. É ser um sonhador acordado, é
ser um positivista, é ser o que muitos chamam irrealista, e mesmo assim, é ser alguém
que não desiste do Homem.
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