domingo, 15 de dezembro de 2013

Que liberdade é essa?

Liberdade para ser livre?

Muito se fala na necessidade de liberalizar o funcionamento do Estado, emagrecendo-o dando-lhe cada vez mais uma função reguladora. Tudo isto em função da tal necessidade urgente de liberdade. Mas qual liberdade?
Existem muitas liberdades diferentes. A liberdade de expressão é talvez a das mais conhecidas para os portugueses pois foi uma das mais custosas a ter. Mas esta liberdade que se fala é outra. Aparece de forma abstrata, refugiada em argumentos de maior mobilidade profissional e maior oportunidade de emprego. E eu pergunto: Isso que vocês chamam de liberdade, será um tipo de liberdade?

E com esta pergunta recordo o velho conselho: A tua liberdade acaba quando a dos outros começa.

Esta “liberdade” que tanto querem implementar liberta apenas os fortes, os que por si só nascem libertos e desprovidos de qualquer necessidade de apoio social. Libertando-os ainda mais, dando-lhes mais liberdade para liberalizarem ainda mais o nosso país, mas à custa da proteção de quem não nasceu com a liberdade para decidir que rumo seguir. À custa de quem nasceu desprotegido e que anseia a liberdade para poder decidir a sua vida, para poder ser feliz. Mas essa liberdade não nasceu com ele, e, por isso, como qualquer ser humano, devem-lhe ser dadas todas as oportunidades para poder ter a liberdade com que não nasceu.
Mas se damos toda essa liberdade a quem nasceu livre, tiramos a liberdade de dar a quem está desprotegido o direito de proteção.

E eu pergunto porquê?

Porque é que a liberdade de uns vale mais que outros? Que liberdade é essa que destrói o homem ao ponto de ele querer apenas a sua liberdade e a de mais ninguém? E que homem será feliz a ser livre à custa da liberdade dos outros? E que homem sem liberdade para decidir poderá ser feliz sem lhe ser dada a liberdade?

E por isso digo, sem medo ou pedantismo, que não há liberdade maior que a liberdade de respeitar a liberdade para o outro poder ser livre.
 

1 comentário:

  1. "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até à morte o seu direito de as dizer!"

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